Baleia bitcoin: o que é e como ela influencia o mercado cripto

Você já ouviu o termo “baleia bitcoin“? A Bolsa de Valores e o mercado de criptomoedas podem ser comparados a uma selva, onde existem presas e predadores.

Isso porque são travadas constantes lutas pela sobrevivência neste meio, fazendo com que muitos investidores usem nomes de animais para descrever alguns cenários.

Por exemplo, é comum usar “touro” (bull) para descrever movimentos de alta do mercado e “urso” (bear) para momentos de queda.

Nesse contexto, os termos utilizados para se referir a traders e instituições são “baleia” e “sardinha”. 

Se interessou pelo assunto e quer desvendar os mistérios que existem nessa mata? Então, acompanhe a leitura e aprimore seus conhecimentos sobre este mercado.

O que é “baleia bitcoin”?

O termo “baleia bitcoin” é usado para descrever grandes investidores — sejam pessoas muito ricas, bancos, fundadores de empresas ou fundos de investimento —, donos de altas quantidades de Bitcoin (BTC).

Os investidores considerados baleias são aqueles que detém entre 1 mil a 10 mil bitcoins, no entanto, essa questão ainda é amplamente debatida em fóruns de criptomoedas.

Entretanto, conforme o mercado cresce, acredita-se que serão necessárias baleias ainda maiores para mobilizar o setor.

Entendendo a baleia bitcoin na prática

As baleias podem influenciar a tendência do mercado com suas enormes transações e conseguem ocupar e desocupar suas posições sem depender do livro de ofertas nas exchanges ou corretoras.

Dessa forma, são capazes de se movimentar de maneira silenciosa, porém podem fazer um estrago gigantesco.

E é nesse ponto que a metáfora da baleia bitcoin se encaixa: pequenos investidores devem sair da frente, ou serão empurrados com muita força.

Além disso, vale ressaltar que nenhuma corrente é forte o bastante para desviar uma baleia da sua rota.

E as sardinhas do bitcoin?

No vasto oceano do mercado de criptomoedas, também existe um mar de sardinhas, que nada mais são do que os pequenos e médios investidores de varejo — os mais expostos aos movimentos das baleias.

Se não ficarem atentas, as sardinhas se tornam presas fáceis para as baleias. Por outro lado, caso acompanhem as atividades sociais, elas podem formar um grande cardume para coordenar seu destino.

Diversos streamers e influenciadores, por exemplo, expressam suas opiniões nas redes sociais e alguns conseguem até mesmo produzir um pump (alta), agitando mercado.

De todo modo, é bastante difícil coordenar esse movimento perfeitamente, pois existem muitas redes sociais, grupos privados, aplicativos, etc.

Além disso, as sardinhas são consideradas investidores iniciantes, ainda não preparadas psicologicamente para as oscilações do mercado.

Com isso, se desesperam com facilidade e são facilmente manipuladas pelas baleias do mercado.

Sendo assim, as baleias usam uma tática bastante comum: vendem pequenas frações de bitcoin, causando uma baixa no preço da moeda e, consequentemente, provocando pânico nas sardinhas.

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Os maiores exemplos de baleia bitcoin

Existem centenas (ou até mesmo milhares) de baleias bitcoin que preferem manter o anonimato. No entanto, alguns investidores se tornaram figuras públicas. Os principais são:

Satoshi Nakamoto

Entre os maiores exemplos de baleias está o misterioso criador do Bitcoin, Satoshi Nakamoto. Um pseudônimo cujo a identidade é desconhecida.

Embora o quebra-cabeça ainda não tenha sido solucionado, houveram algumas reviravoltas na história. Um potencial candidato ao “cargo” de Satoshi Nakamoto é o empresário australiano Craig Wright.

Wright afirma ter inventado a criptomoeda junto com o americano especialista em computação forense, e seu amigo, Dave Kleiman.

Em 2019, ele foi processado pelo espólio de Kleiman por metade dos 1,1 milhão de bitcoins relatados (estimados em cerca de US$ 58 bilhões).

Os detalhes do caso são complexos, sobretudo devido à natureza secreta de Wright e Nakamoto.

No entanto, se Wright de fato possuir 1 milhão de bitcoin, ele é uma das três maiores baleias bitcoin que existem.

Cameron Winklevoss e Tyler Winklevoss

Os gêmeos Winklevoss são ex-remadores olímpicos que detêm mais de 100 mil bitcoins, o que os coloca na lista das três principais baleias.

Eles conseguiram acumular todo esse capital após processarem o Facebook e faturarem uma quantia US$ de 65 milhões.

Em seguida, investiram em Bitcoin e lançaram a Gemini, uma exchange dos Estados Unidos.

Tim Draper 

Tim Draper possui um patrimônio estimado em US$ 1,5 bilhão e investe em Bitcoins desde 2014.

Ele ficou conhecido no mercado das criptomoedas quando, confiante na tecnologia da época, arrematou 30 mil Bitcoins confiscados da Silk Road (mercado online de drogas ilegais) pela justiça dos Estados Unidos por US$ 18 milhões.

Esse montante está avaliado atualmente em uma fortuna de US$ 1,4 bilhão.

Podemos afirmar que Draper ainda segue confiante no mercado de moedas digitais, afinal, ele foi o maior investidor da Tezos (nova criptomoeda lançada em 2017).

Barry Silbert

O CEO e fundador do Digital Currency Group, Barry Silbert, investiu em mais de 75 empresas relacionadas ao Bitcoin.

Inclusive, ele estava no mesmo leilão que Draper, mencionado acima, e arrematou 40 mil Bitcoins confiscados da Silk Road.

Na época, o Bitcoin estava estimado em US$ 350, o que significa que seu aporte multiplicou cerca de 16 vezes, passando de US$ 16,8 milhões para US$ 268,8 milhões.

Michael Saylor

O CEO da MicroStrategy, Michael Saylor, ingressou no mercado em 2020 — relativamente tarde.

Ele adquiriu mais de 17 mil bitcoins por cerca de US$ 175 milhões, equivalentes a quase R$ 1 bilhão na cotação atual.

No entanto, atualmente, esses bitcoins estão valendo mais de 6 vezes este valor: R$ 6,1 bilhões.

Matthew Roszak

Matthew Roszak, presidente da Bloq (empresa de infraestrutura de blockchain) e investidor-anjo de startups, começou a investir em Bitcoin em 2011.

Com isso, aumentou seu patrimônio, que era de US$ 300 milhões, para US$ 1,5 bilhão. 

Sam Bankman-Fried

Sam Bankman-Fried é ex-aluno do MIT e acumula uma fortuna de mais US$ 8 bilhões aos 29 anos.

Além de fundador da empresa de arbitragem de criptos, Alameda Research, Sam também criou uma das mais inovadoras exchanges de derivativos, a FTX.

A influência das baleias no mercado das criptomoedas

Conforme mencionamos, a influência das baleias btcoin está diretamente relacionada ao poder de manipular a volatilidade da moeda ao seu favor.

Ou seja, elas manipulam uma porção de seus bitcoins, a depender da oferta e da procura, e se beneficiam em cima disso.

A influência é tanta que a movimentação se torna crucial para a valorização da moeda. E o fato do grupo ser pequeno aumenta ainda mais o poder de manipulação em cima da moeda.

Isso porque eles possuem mais facilidade de coordenar seus movimentos para que seus lucros aumentem em cima das sardinhas.

Uma das principais estratégias utilizadas por arbitradores e grandes fundos é colocar grandes ordens à disposição no livro de ofertas. No entanto, o objetivo é apenas passar a impressão de existir fluxo. Ao chegar próximo do preço, as ordens são canceladas.

Por fim, vale ressaltar que as baleias sabem respeitar os ciclos de médio e longo prazo para acumular — o que significa que elas aproveitam momentos de queda no preço para comprar ainda mais bitcoins.

Agora que você já entende o conceito de baleia bitcoins e conhece as principais baleias do mercado, eis a dúvida: vale a pena investir em criptomoedas?

No vídeo abaixo, a professora da escola da XP Inc. e especialista em finanças, Clara Sodré, responde tudo o que você precisa sobre o assunto.

Aperte o play e assista!

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